A Zona Franca de Manaus (ZFM) é um dos pilares do desenvolvimento econômico da Amazônia, mas sua política de incentivos esteve historicamente voltada à indústria, com pouca ênfase ao comércio. Com a Reforma Tributária (EC 132/2023 e LC 214/2025), novos dispositivos buscaram preservar a competitividade da ZFM, inclusive para o setor comercial. Este texto analisa como esses incentivos impactam o comércio local e quais oportunidades ainda precisam ser exploradas.
Dados recentes mostram crescimento no número de empresas comerciais no Amazonas e na participação do setor no PIB estadual. Apesar disso, a taxa de informalidade é elevada, os rendimentos são baixos e o comércio exterior ainda é pouco expressivo. Os benefícios trazidos pela nova legislação incluem crédito presumido de IBS para importações e aquisições internas, alíquota zero em determinadas operações e regras mais claras para habilitação de empresas comerciais junto à Suframa.
No entanto, persistem desafios: burocracia, limitações ao comércio eletrônico, exigências para manutenção dos benefícios e a necessidade de infraestrutura logística moderna. A ZFM precisa de um projeto estratégico que una incentivos fiscais com políticas de inovação, digitalização e abertura ao comércio internacional.
Para transformar Manaus em um polo comercial vibrante, é essencial apoiar a formalização, facilitar o acesso ao crédito, investir em conectividade e logística e adotar medidas que promovam a sustentabilidade e a integração com cadeias globais de valor. O futuro do comércio na ZFM depende menos da prorrogação de incentivos e mais da sua capacidade de reinventar-se como hub regional e internacional de negócios.